Psicologia Social Crítica e o desafio da democratização tecnológica
Descubra como a Inteligência Artificial impacta o acesso ao conhecimento e os desafios éticos e sociais envolvidos, sob a ótica da Psicologia Social Crítica.
Inteligência Artificial e Poder: Qual a Verdade que pode estar por Trás do Medo em Relação às Novas Tecnologias
A revolução do acesso à informação
Essa mudança, no entanto, não aconteceu sem resistência. Muitos acadêmicos e setores da sociedade criticaram essa democratização, alegando que ela poderia banalizar o conhecimento ou facilitar a desinformação.
Hoje: a ascensão das Inteligências Artificiais (IAs)
- Não é apenas um debate técnico, mas também político, ético e cultural.
- O que está em jogo é quem controla e define o acesso a essa tecnologia.
O risco da exclusão digital e intelectual
Educar para o uso crítico: o verdadeiro desafio
- Incentivar consciência social e coletiva sobre os impactos da tecnologia.
- Promover acesso democrático, com oportunidades para todos.
- Criar condições para que o conhecimento gerado com IA sirva à emancipação, e não à dominação.
Assim como a internet transformou como aprendemos, ensinamos e nos relacionamos, a IA pode ser uma ferramenta de transformação social profunda — desde que o debate seja aberto, coletivo e inclusivo.
Um futuro que precisa ser coletivo
O caminho, portanto, é debater, educar e democratizar, para que a tecnologia esteja a serviço da liberdade e da justiça social — pilares defendidos pela Psicologia Social Crítica e Histórica.
🔍 Fontes para pesquisa
BRYNJOLFSSON, Erik; McAFEE, Andrew. A Segunda era das Máquina
- CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: a era da informação.
Publicado em 1996, o livro faz parte da trilogia “A Era da Informação” e examina como as redes de informação estão transformando a sociedade, a economia e o poder. Castells introduz o conceito de “sociedade em rede”, na qual o fluxo de informações e conexões digitais redefine relações sociais, políticas e econômicas. A premissa central é: vivemos numa sociedade organizada não mais por hierarquias fixas, mas por redes flexíveis de comunicação e poder, impulsionadas pela tecnologia da informação. Redes substituem hierarquias tradicionais como estrutura dominante. Empresas, governos e comunidades estão cada vez mais interconectados através da informação digital, e a eficácia depende da capacidade de integrar-se nessas redes. Informação e conhecimento são os recursos mais valiosos da economia contemporânea - “informação como poder”, mostrando que quem controla fluxos de dados tem influência estratégica. Redes conectam o mundo globalmente, mas criam desigualdades regionais e locais. Mudanças nas redes de comunicação alteram a forma como as pessoas se organizam, trabalham e se relacionam. Cultura, política e identidade são impactadas por redes digitais, criando novas formas de mobilização social.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder.
Publicado em 1979, “Microfísica do Poder” uma coletânea de aulas e palestras de Foucault sobre o funcionamento do poder na sociedade. O foco principal é como o poder não se concentra apenas em instituições formais (como o Estado ou o governo), mas se exerce em pequenas interações e práticas cotidianas. A premissa central é: o poder está em toda parte, porque ele se manifesta nas relações sociais e nos comportamentos individuais, e não apenas em grandes decisões políticas ou econômicas. O poder não é apenas algo que alguém possui e exerce de cima para baixo. Ele se manifesta em microinterações, regras sociais, normas culturais e práticas de disciplina. Quem define o que é verdade, conhecimento ou normalidade também exerce poder, como a medicina, psicologia e ciência produzem categorias que legitimam o controle social. O poder se exerce através da observação constante, não necessariamente pela força. Foucault usa o exemplo do Panóptico (prisão projetada para que os presos nunca saibam quando estão sendo observados) como metáfora da sociedade moderna. Onde há poder, há resistência. O poder não é apenas um trono ou uma lei; ele se esconde nos olhares, nos hábitos e nas palavras. Onde alguém observa, disciplina ou nomeia, o poder se insinua — e sempre há espaço para a resistência silenciosa.
- HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21.
Publicado em 2018, o livro é uma reflexão sobre os desafios mais urgentes que a humanidade enfrenta no século XXI, especialmente em termos de tecnologia, política, sociedade e ética. Harari combina história, filosofia e ciência para analisar como o progresso tecnológico, incluindo a inteligência artificial, está transformando o mundo. A premissa central é: vivemos um período de mudanças rápidas e profundas, e é crucial entender como nos adaptar a um mundo de incertezas, informação massiva e riscos globais. Inteligência artificial e biotecnologia podem superar habilidades humanas em várias áreas. Questões éticas surgem sobre controle de dados, manipulação genética e impacto da automação no trabalho. O excesso de informação exige pensamento crítico para distinguir verdade de mentira. Redes sociais e algoritmos podem manipular opiniões e decisões políticas. Valores antigos são desafiados por mudanças tecnológicas e científicas. Aprender a lidar com incertezas, ambiguidade e complexidade é fundamental. Educação, adaptação e aprendizado contínuo são essenciais para sobreviver e prosperar. Harari propõe uma reflexão sobre como usar o conhecimento e o poder para o bem coletivo. Já que o século XXI é definido por velocidade, complexidade e interconexão. O futuro depende de nossa capacidade de entender a tecnologia, proteger os valores humanos e agir com ética e consciência coletiva. Ele alerta: quem não se adapta às novas realidades arrisca ficar à margem da sociedade.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente.
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