23 de ago. de 2021

Saúde mental: Sequelas, COVID longa e Pós COVID


Saúde mental: Sequelas, COVID longa e Pós COVID

A novidade coletiva de 2020, que parou o mundo foi a COVID19, pouco conhecida e cheia de desafios, se alastrou pelo mundo em meses e em pouco tempo nos vimos em meio a uma pandemia nunca vivida no mundo. Após quase dois anos, cansados, enlutados e movidos pelas incertezas, exposto as mais absurdas noticias televisivas, cá estamos nós experimentando as consequências biopsicossociais, econômicas, políticas e ideológicas desta doença complexa.

Há um consenso mundial, a nossa qualidade de vida e saúde mental estão mais comprometida por conta da pandemia. Dos milhões de recuperados, pelos menos 80% carregam as sequelas e consequências da COVID, que segundo especialistas podem durar semanas, meses ou anos. O que no início era vista como uma doença de inflamação localizada, agora já se sabe que se trata de uma inflamação generalizada, que tem afetado diversos órgãos e sistemas do nosso corpo, inclusive o cérebro.

Fadiga, dores no corpo, faltar de ar, dores de cabeça, são apenas algumas das sequelas físicas deixadas pelo COVID, entre as sequelas mentais, que ocorrem em decorrência da inflação generalizada e a falta de oxigenação no cérebro, temos: depressão, ansiedade, estresse, insônia, dor crônica, perda da memória e dificuldade de concentração.

Os cuidados multiprofissionais voltados para as pessoas sequeladas, e para muitos que foram infectados pela COVID, é URGENTE. Estas pessoas precisam de cuidados físicos e mentais, ou seja, além do médico, cardiologista, neurologista e outros, é necessário o psiquiatra e o psicólogo, configurando assim um cuidado integral.

Bem, além destes desafios, ainda enfrentamentos outras crises em tempos de pandemia: a crise na saúde, economia, política, e porque não dizer a crise espiritual além dos diversos conflitos existências, que tem chegado até nós. E sem falar na crise da humanidade, esta que dizemos que é em relação ao outro, sim o egoísmo e o individualismo, estão em ALTA, que em conjunto com a péssima distribuição de renda no Brasil e os subempregos, tem contribuído com toda esta desumanização. 

Diante de tantos problemas e desafios, só poderíamos esperar uma população mais fragilizada e com muito medo. Sorte a nossa quem em meio a crise, assim como os maus e os oportunistas se revelam, se revelam também as pessoas boas de verdade, aquelas que não tem falsidade e interesses obscuros, que ajudam o próximo, doam tempo, dinheiro, ombro amigo e suas orações. Ainda que exista o inferno e seus demônios, existe também um céu repleto de anjos, e isto ainda gera esperança nos corações bondosos que continuam, em meio a crise, espalhando mensagens de vida após a crise, daqui há algum tempo ao invés de focarmos tanto na COVID, estaremos dando ênfase a COVIDA e todos os seus benefícios. 

Acesse estes links e saiba mais : )

COVID longa
https://saude.abril.com.br/medicina/sindrome-pos-covid-como-detectar-e-tratar-os-sintomas-mais-persistentes/

Impactos na saúde mental das pessoas que tiveram COVID
https://portal.fiocruz.br/noticia/artigo-analisa-os-impactos-da-covid-19-na-saude-mental

Guia de saúde mental
https://www.pfizer.com.br/sites/default/files/inline-files/Guia-de-Saude-Menta-%20pos-pandemia-Pfizer-Upjohn.pdf

Na reabilitação do pós COVID é importante o suporte psicossocial
https://www.saude.go.gov.br/files//conecta-sus/produtos-tecnicos/II%20-%202020/COVID-19%20-%20S%C3%ADndrome%20P%C3%B3s%20COVID-19%20Reabilita%C3%A7%C3%A3o.pdf

OMS Afirma: é importante expandir nosso entendimento da síndrome pós-COVID-19
https://iris.paho.org/handle/10665.2/54313

OMS e preocupações com a síndrome pós COVID
https://www.istoedinheiro.com.br/oms-profundamente-preocupada-com-a-sindrome-pos-covid/

10 de ago. de 2021

As palavras tem poder: Alcoolista ou Alcoólatra?


As palavras tem poder: Alcoolista ou Alcoólatra?

Qual o termo correto que usamos para definir uma pessoa que faz uso abusivo de álcool? Alcoólatra, Dependente de álcool, Alcoolista, Bêbado/Bebum?

O termo correto é pessoa dependente de álcool! A pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva e frequente, ao longo do tempo, desenvolver a dependência do álcool, condição esta conhecida como alcoolismo. Os termos que devem ser evitados são “alcoólatra”, “alcoolista”, “alcoólico” ou “bêbado(a) ou bebum.

Alcoólatra faz referência a quem idolatra o álcool, enquanto alcoolista identifica quem tem afinidade com o álcool da mesma forma que um torcedor tem afinidade por seu time, alcoólico significa o que contém álcool, estes termos emergem de uma cultura com graves distorções sobre o termo e que muitas vezes são reforçados pela mídia. Apesar dos termos, em português, “alcoólatra” e “alcoolista”, continuam sendo usados, em diversas publicações por diferentes autores, equivalendo em geral a “dependente de álcool”.

A expressão mais adequada cientificamente, é dependente de álcool.

Bêbado(a) ou bebum, são termos pejorativos, que reduz a pessoa ao comportamento de beber, e conferem uma identidade e impõem um estigma (marca negativa), que anula todas as outras identidades do sujeito, tornando-o tão somente aquilo que ele faz e que é socialmente condenado. É importante tomarmos cuidado com o uso destas palavras preconceituosas, elas têm o poder de conferir identidade e, assim, estigmatizar publicamente, reduzir uma pessoa a uma única condição, apagando, negando todas as demais identidades, como mãe, pai, amigo ou trabalhador.

A discriminação e a estigmatizarão compromete a autoestima, a esperança e a vinculação com as pessoas e serviços de cuidado, agravando-se na medida em que a dependência avança. A estigmatizarão dos dependentes de álcool ou outras drogas só os afasta dos tratamentos e joga neles a responsabilidade única e exclusiva, por problemas sociais dos quais eles são mais frequentemente vítimas do que causadores.

Referência

SUPERA. Sistema para detecção do uso abusivo e dependência de substâncias psicoativas: Encaminhamento, intervenção breve, Reinserção social e Acompanhamento. (UNIFESP)


9 de ago. de 2021

ALCOOLISMO & COVID19 & VIOLÊNCIA


ALCOOLISMO


Benjamim Rush disse “beber começa como um ato de liberdade, caminha para o hábito, e finalmente se afunda na necessidade”


COMO TUDO COMEÇOU ...

O uso do álcool é reconhecido desde os tempos pré-bíblicos e somente na virada do século XVIII para o XIX e após a revolução industrial, que começamos a falar sobre o beber nocivo ou uso excessivo do álcool como prejudicial à saúde, uma condição clínica.

Até o século XVIII a produção do álcool era artesanal, o processo de fermentação de bebidas como o vinho e a cerveja. Com a revolução industrial inglesa foi iniciado a destilação das bebidas fermentadas, possibilitando o aumento da concentração de álcool nestas bebidas. Em conjunto com a urbanização, novas relações sociais, o álcool passou a ter importante papel na vida das pessoas, pois muitas passaram a consumir o álcool com mais frequência e em maiores quantidades.

Foi neste período que a classe médica passou a notar diversas complicações físicas e mentais causadas pelo alto consumo de álcool, após avaliarem que 30% das pessoas internadas em instituições psiquiátricas faziam consumo excessivo de álcool. Após este período começamos a pensar no alcoolismo como doença complexa, progressiva e crônica, influenciada por diversos fatores. A partir daí desenvolvemos a compressão de padrão de consumo (experimental, ocasional, frequente e persistente), a cronicidade da doença (aguda ou crônica), e a sua etiologia multifatorial (hereditária, ambiente social e familiar, personalidade, mídias).

Após 1960 o termo alcoolismo foi cunhado e associado a critérios clínicos, como por exemplo: beber excessivo, tolerância, síndrome de abstinência, perda do controle e diversos prejuízos físicos, mentais e sociais.


ALCOOLISMO, DOENÇAS E VIOLÊNCIA

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), alcoolismo é uma doença crônica capaz de levar a outras complicações médicas e psiquiátricas; tais como: cirrose, hepatite, depressão, ansiedade, ciúme patológico, delírios.

Quando falamos em alcoolismo nos referimos a uma condição em que a pessoa faz constantemente o consumo descontrolado ou abusivo de álcool. Aos poucos, o organismo desta pessoa perde a sensibilidade ao álcool, e a pessoa passa a fazer o uso de quantidades cada vez maior (tolerância), e na falta do álcool desenvolve a abstinência (sintomas provocados pela falta do álcool no organismo), quando este uso se torna progressivo, compromete o funcionamento geral do organismo.

O uso de bebida alcoólica é estimulado na maioria dos países e no Brasil cerca de 10% da população sofre com o alcoolismo. Os homens correspondem a 70% dos casos, enquanto as mulheres correspondem a 30%. A bebida alcoólica é de fácil acesso e muitas vezes de baixo custo, e outro ponto importante é a influência das mídias sociais que ao longo do tempo associaram o uso do álcool com prazer, saúde e sucesso, omitindo os prejuízos que o uso abusivo causa para a pessoa (doenças físicas e mentais), na família (destruição dos laços), no trabalho (baixa qualidade e produtividade, conflitos, licenças e aposentadoria precoce) e para a sociedade (aumento dos custos com a saúde pública).

As consequências do alcoolismo muitas vezes são irreversíveis, e os prejuízos são diversos, em decorrência dos muitos seus efeitos, tempo da doença, volume consumido, e qualidade do álcool. Outro ponto importante é que as bebidas alcoólicas possuem o que chamamos de “calorias vazias”, por serem pobres em vitaminas e minerais.

O álcool encontrado nas bebidas é o etanol, uma substância resultante da fermentação de elementos naturais. O álcool da aguardente vem da fermentação da cana-de-açúcar, e o da cerveja, da fermentação da cevada. Quando ingerido, o etanol é metabolizado no fígado, digerido no estômago e absorvido no intestino, passa pela corrente sanguínea, suas moléculas são levadas ao cérebro.

A longo prazo o álcool prejudica todos os órgãos, em especial o fígado, que é responsável pela destruição das substâncias tóxicas ingeridas ou produzidas pelo corpo durante a digestão. Havendo uma grande quantidade de álcool no sangue, o fígado sofre uma sobrecarga para metabolizá-lo. O álcool no organismo causa inflamações, que podem ser: gastrite, quando ocorre no estômago; hepatite alcoólica, no fígado; pancreatite, no pâncreas; neurite, nos nervos; no cérebro alteração de várias funções como por exemplo memória, atenção, juízo crítico e reflexo.

Grande parte dos acidentes de trânsito, arruaças, comportamentos antissociais, violência doméstica, ruptura de relacionamentos, acidentes e problemas no trabalho, suicídios estão associadas ao consumo excessivo do álcool.


PRECONCEITO E BEBER DE BAIXO RISCO

Devemos evitar o uso de termos preconceituosos em relação as pessoas com problemas com álcool, tais como: pinguço, bebum, cachaceiro, alcoólatra, esponja de pinga; pois estes termos fortalecem a baixa autoestima do alcoolista, inibe a sua motivação em parar o consumo excessivo, e não contribui para a sensibilização sobre a importância de uma tratamento adequado.

As mulheres são mais vulneráveis aos efeitos do álcool do que os homens devido a diferenças biológicas e hormonais, além terem menor quantidade de água presente no corpo. Tudo isto faz com que a substância fique muito mais concentrada em seu organismo. Elas também apresentam menores níveis das enzimas que metabolizam o álcool, demorando mais para eliminá-lo do organismo. Quando falamos em beber de baixo risco e gênero, aconselhamos que os homens não consumam mais de 14 unidades por semana de bebidas alcoólicas, e as mulheres não consumam mais de 7 unidades por semana. A unidade de álcool ou dose será particular de cada bebida, por exemplo, quando falamos em cerveja, uma lata (350ml) desta bebida possui 17 (g) de álcool puro o que equivale a uma unidade e meia, se falamos de vinho, um cálice de 90 (ml) possui 11 (g) de álcool puro o que equivale a uma unidade, e se falamos de destilados (40 ml pinga ou vodca) possui 20 (g) de álcool puro o que equivale a duas unidades.


PORQUE AS PESSOAS DEMORAM TANTO PARA BUSCAR AJUDA QUANDO TEM PROBLEMA COM O ÁLCOOL?

O alcoolismo é uma doença mental e comportamental progressiva, ou seja, é uma doença que vai se desenvolvendo ao longo da vida, geralmente se inicia na adolescência raramente na infância. No geral a nossa sociedade tem dificuldades de reconhecer e aceitar os problemas mentais, tais como depressão e ansiedade, e não é diferente com o álcool, que na sua maioria é considerado uma bebida legal, presente no dia a dia de diversas famílias, a depender da dinâmica e cultura que cada família, consumir álcool em certas quantidades não será visto como problema, o problema só é reconhecido, após um tempo e com a chegada de diversos problemas do tipo: perda de emprego, problemas legais, acidentes de carro ou moto, violência doméstica ou na rua.

Eu acredito que nós, os profissionais da saúde especializados no tema, temos a responsabilidade de promover informação e orientação a população em geral, contribuindo para uma melhor compreensão sobre os sinais e sintomas que indicam uso abusivo e ou dependência. Lembrando que o diagnostico sempre deverá vir de um profissional especializado. 

Neste sentido devemos ficar atentos aos seguintes sinais: desejo incontrolável para ingerir bebidas alcoólicas; depois que começa a beber a pessoa não consegue parar ou mesmo reduzir o ritmo de consumo; necessidade de altas doses de álcool para poder sentir o efeito da bebida; problemas no trabalho ligados ao álcool; problemas legais como acidentes e brigas violentas no transito e violência doméstica; ansiedade; depressão; nervosismo e delírios. 

É importante que o diagnóstico seja realizado por um profissional de saúde especializado para compreensão do padrão de consumo, dos prejuízos adquiridos e construção de um plano de tratamento adequado as necessidades singulares de cada pessoa avaliada.

Vale lembrar que oferecer bebida alcoólica para  menores de 18 anos é crime, respaldado pela lei federal 13.106/2015, a pena para quem violar essa regra é de dois a quatro anos de prisão seguida de multa que vai de R$ 3 mil a R$ 10 mil.


COMO ENFRENTAR O PROBLEMA DO ALCOOLISMO

O primeiro passo é a informação correta sobre o tema, seguida da avaliação com especialista, que irá realizar acolhimento, avaliação inicial, orientação, encaminhamento adequados, tratamento e acompanhamento do caso. Os profissionais da saúde estão orientados a assegurar o sigilo e a confidencia de cada caso. 

O tratamento do alcoolista é personalizado as necessidades de cada um, e realizado por uma equipe multiprofissional (clínica médica, psiquiatra, psicólogo, nutrição entre outros que se fizerem necessários), e no tratamento deve estar incluído avaliação e apoio familiar, além da ajuda dos grupos de mutua ajuda como AA, NA e Amor exigente. O diagnóstico de alcoolismo não tem relação somente com o tipo e quantidade de álcool ingerido pela pessoa, mas também pela capacidade que a pessoa tem em controlar o consumo de bebida. 

Devemos lembrar que não existe consumo de álcool seguro, e precisamos conscientizar nas pessoas que consomem bebidas alcoólicas que beber e dirigir não combinam, usar o álcool para aliviar as tensões de diversos problemas não dá bom resultado, trabalhar e beber também não combinam, pois o álcool altera diversas funções cognitivas (memória, atenção, juízo crítico, reflexo) e comportamentais (deixar a pessoa mais inibida e sem limites).

A família e os amigos, são imprescindíveis no tratamento do alcoolismo, pois estão mais próximos do alcoolista e de suas necessidades. Neste sentido podem ficar atentos aos seguintes sinais: mudança na aparência, no humor, nos comportamentos, odores de álcool, faltas e atrasos frequentes no trabalho e compromissos, conflitos e brigas injustificáveis, problemas financeiros, conflitos familiares frequentes, sonolência e insônia frequente entre outros sinais que indicam prejuízos e alterações cognitivas (memória e atenção). 

No geral a triagem para identificarmos se as pessoas fazem uso abusivo de álcool, incluí algumas perguntas chaves:

§ você já sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida consumida?

§ você fica irritado quando criticam o seu hábito de beber?

§ você já se sentiu mal ou culpado por causa da sua forma de beber?

§ você já tomou bebida alcoólica pela manhã para “aquecer” os nervos ou para se livrar de uma ressaca?

Se uma das perguntas tiver a resposta sim, é sinal de que é preciso investigar a questão de forma mais aprofundada, e apenas um “sim” a algumas dessas perguntas já sugere um possível problema.

O contexto atual que estamos vivendo, a pandemia-covid19, esta nova realidade que nos foi imposta, deixou todos nós mais sensíveis, e já é consenso de que os casos de depressão, ansiedade, insônia, estresse e alterações no apetite, aumentaram, e para lidar com estas questões e toda complexidade do que estamos vivendo, o que inclui incertezas muitas pessoas aumentaram o padrão de consumo de álcool e cigarros, numa tentativa de aliviar as tensões, lidar com  este cenário cheio de desafios. 


Referências






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